sexta-feira, maio 30, 2025
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Demissões de professores: PMI não cumpre acordo e fecha portas a Sind-UTE

IPATINGA – A Prefeitura Municipal se recusou a atender novamente na tarde de quarta-feira as diretoras da subsede do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) em Ipatinga, conforme havia sido acordado na terça-feira, após longa vigília contra as demissões sumárias na rede municipal de ensino. Ao chegar à Prefeitura, no bairro Cidade Nobre, na quarta-feira, a diretoria do Sind-UTE foi proibida pela Guarda Municipal de entrar no prédio público. A reunião havia sido acordada com o governo após uma negociação realizada na terça-feira para que a diretoria do Sind-UTE deixasse o prédio da PMI após a vigília que durou todo o dia. O Sindicato também protocolou um ofício com uma série de questionamento legais acerca das demissões que, conforme o Sind-UTE, ferem princípios da istração pública.

PORTAS FECHADAS

A diretora da Subsede do Sind-UTE/MG, Cíntia Rodrigues, relata que a direção do Sindicato compareceu para o encontro conforme data, horário e local acordados com o governo. “Ao chegar, fomos informados que a reunião havia sido cancelada. Fomos impedidas de entrar na Prefeitura pela Guarda Municipal, que fechou todas as entradas com forte aparato. Não nos deixaram entrar no espaço público, durante horário de funcionamento, para uma reunião que eles haviam acordado”.

Segundo ela, diante da situação, não restou outra alternativa senão acionar a Polícia Militar para registrar um Boletim de Ocorrência uma vez que estavam sendo impedidas de entrar no ambiente público. “Além de não cumprirem com o que foi acordado, que era a reunião, ainda utilizaram de força policial para a afastar a categoria, a educação, do espaço público”, detalhou.

RETALIAÇÃO

Cíntia Rodrigues, avalia que as demissões em massa, a recusa da istração em explicar os motivos e o “tratamento de choque” dispensado à direção do Sindicato, com uso de aparato de força policial, coincide com os últimos movimento da categoria em luta pelo pagamento do Piso Salarial Nacional e pela melhoria das condições de trabalho na rede municipal. “Estas demissões em massa coincidem com o movimento de paralisações que aconteceram pela luta da categoria para que a Prefeitura pague o Piso Salarial, o mínimo que o profissional tem direito e que este governo não cumpre, ano após ano. Como se não bastasse, a secretária de Educação, Ana Cristina, e o prefeito em exercício, Pedrão, se recusam a atender o Sindicato, usando, inclusive, de força policial para nos afastar da Prefeitura”, salienta Cíntia Rodrigues.

“O Sind-UTE que já vinha, durante a campanha salarial, lutando para que o governo de Ipatinga cumprisse as leis que determinam a remuneração dos profissionais da educação – que o prefeito insiste em descumprir –, convocou na última semana uma greve de 48 para lembrar que a categoria já está em estado de greve desde o mês de abril, inclusive, já havia realizado uma paralisação no mês de abril e aprovou em assembleia uma greve de 48 horas, a realização de audiência pública e ato na PMI, solicitando a reabertura das negociações que o governo havia interrompido”, lembra Cíntia.

COVARDIA

A dirigente sindical criticou o uso da Guarda Municipal para reprimir as ações do Sindicato como um ato antidemocrático e antissindical, que não respeita e cerceia o direito à livre manifestação e que usa dois pesos e duas medidas ao ameaçar prender manifestantes por desobediência, enquanto o governo pratica ilegalidades maiores.

“O prefeito Gustavo Nunes usa a Guarda Municipal como aparato de força para protegê-lo das ilegalidades que vem cometendo com a educação desde o início do governo, descumprindo lei federal e municipal e, agora, covardemente está tratando a educação como caso de polícia. Covardemente, está demitindo profissionais sem explicação, sem justificativa, comprometendo a sobrevivência de trabalhadores e trabalhadoras da educação. Diante disso tudo, o Sind-UTE não pode se omitir, não vai se omitir, porque é uma injustiça muito grande, uma imoralidade estas demissões e o prefeito e a secretária de Educação precisam responder para toda a sociedade ipatinguense: se falta professores nas escolas, se falta assistentes, se o quadro nas escolas está incompleto, porque estão fazendo demissões em massa desta forma e sem nenhuma justificativa?”, finalizou.

 

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